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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

De que adianta sem ela


Lá fora a chuva cai sem alvoroços,
Aqui dentro o pensamento se inquieta.
Não mantenho a porta aberta,
Janelas eu as fecho todas.
Quem sabe espíritos loucos queiram abrigo aqui comigo.
Enfim,
Afirmo mesmo que a sorte anda devagar,
Possível até de um raio me cair,
Homem desajeitado e sem mulher...
Era de se esperar que desse nisso.
Os pratos ainda estão por lavar,
A cama, ainda por arrumar,
A casa mais parece um ninho sujo,
E meu corpo... deste ao menos cuido.
Mas cofesso que me falta outro,
Cheiroso, quente e livre,
Que me venha amar sem limites,
Que me devolva o conhecimento da vida.
Morrerei se ela não voltar,
Minha escrita até desconexa fica,
Acho que preciso dormir.
Sonharei com seu sorriso angélico,
Com suas mãos nervosas em mim.
E quem sabe eu acorde melhor,
Criando coragem para limpar a casa toda,
Mas se ela não voltar, de que adianta!
Tudo será sonho apenas.
A água entra pelas frechas...
Deixa estar, deixa estar...
Vou deitar e pronto.
Quem sabe aqui se inunde e me leve para o além,
Porque sem meu bem,
De que adianta cansar!

Jane Santos