Não tenho poder político
Capaz de mudar o mundo,
Não tenho poder de guerra
Capaz de fazer converções,
Não tenho nehum poder, aliás,
Senão aquele de te amar.
Aquele de mostrar por A mais B mais C e o alfabeto todo
Que todo meu conhecimento,
Minha vivência,
Minha burrice, minha lerdeza,
É pra você.
E um pouco mais do meu perfume,
Do meu corpo,
Do meu costume insuportável de escrever.
O meu poder é esse que você não nota,
Não anota nada, nem datas
Nem recados na geladeira.
Você não percebe por ser cotidiano,
Aquele do amor na quarta-feira,
Do beijo de até logo,
A briga inexplicável do caminho,
Você guardando os óculos....
É esse poder que tenho e você tem,
Meu bem, não me esqueça,
Não me deixe, não me desmereça.
São os pedidos dos olhares
Os quais as palavras preferem calar,
E só mostra por meio de enigmas
O amor que não nos irrita,
Porque não é doce nem amargo nem azedo nem salgado,
É o equilíbrio dos poderes dos dois lados,
Você e eu na intolência e nos afagos
Do dia que vai,
Do dia que vem,
Dos anos que se contam
No nosso conto sem final feliz,
Porque amor assim, final não tem.
Jane Santos
Capaz de mudar o mundo,
Não tenho poder de guerra
Capaz de fazer converções,
Não tenho nehum poder, aliás,
Senão aquele de te amar.
Aquele de mostrar por A mais B mais C e o alfabeto todo
Que todo meu conhecimento,
Minha vivência,
Minha burrice, minha lerdeza,
É pra você.
E um pouco mais do meu perfume,
Do meu corpo,
Do meu costume insuportável de escrever.
O meu poder é esse que você não nota,
Não anota nada, nem datas
Nem recados na geladeira.
Você não percebe por ser cotidiano,
Aquele do amor na quarta-feira,
Do beijo de até logo,
A briga inexplicável do caminho,
Você guardando os óculos....
É esse poder que tenho e você tem,
Meu bem, não me esqueça,
Não me deixe, não me desmereça.
São os pedidos dos olhares
Os quais as palavras preferem calar,
E só mostra por meio de enigmas
O amor que não nos irrita,
Porque não é doce nem amargo nem azedo nem salgado,
É o equilíbrio dos poderes dos dois lados,
Você e eu na intolência e nos afagos
Do dia que vai,
Do dia que vem,
Dos anos que se contam
No nosso conto sem final feliz,
Porque amor assim, final não tem.
Jane Santos