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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Deus Sol



Sou filha do deus Sol,
E do deus sol eu me alimento,
Plantas que crio,
Animais que planto,
Filhos que mimo, pessoas e desencantos.
Todos linhagem do deus da luz
Que nasce todo dia na minha janela envidraçada.
Há um imenso quê de prazer em compartilhar dessa fertilidade,
Mulheres disputando homens, homens disputando cargos,
Flores querendo os raios,
E eu rindo de tudo isso.
Pelo cheiro se conhece a intenção,
E o sol, imenso, terrivelmente lindo,
Consegue pôr começo, meio e fim nos nossos riscos,
De dia é melhor... é menos perigo,
À noite que cai, é melhor não ir por certas ruas...
Pode ser que lá haja bandidos, monstros, medusas,
E que terrível seria virar uma pedra, o sol esquentar
E você irremediavelmente não poder fugir pra debaixo de uma árvore fria.
A luz que vem de cima, vem pelos lados e nos firma
Nesse mundo que tem o tempo matematicamente dividido,
Seguindo a vontade do sol.
É ele que nos aviva.
Acorda, João, vai pro trabalho,
Acorda, Maria, olha as crianças,
Acorda, menino, vai pra escola,
Acordo pessoal, vai viver o tempo.
Dorme pessoal, vai descansar o tempo vivido,
Porque agora eu sou do oriente, e eles me reclamam no íntimo.

Sou filha do deus Sol que me dá o bronze e tudo mais de que necessito.

Jane Santos

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