Sobre a pedra lavada
à beira do mar,
Lá estava ele,
Com um olhar lânguido,
Sorvendo o movimento calmo
das águas.
Uma pele morena
Qual nunca se viu,
Numa posição greco-romana,
E a exemplo da pedra,
Ficava ali por horas a fio,
Sem se dar conta da imensidão,
Só sentindo o brilho fosco
Da areia lá no fundo.
Bem que quis acordá-lo,
E fazê-lo saber do mundo grande.
Bem que quis falar-lhe
Dos desejos imensos do homem,
Mas fiquei a olhar-lhe
Qual admirador de Da Vinci,
Sentindo sua alma distante
E guardando a pintura exótica
Para sempre neste que vos fala.
Dali ele se foi,
E nem notou minha presença.
Jane Santos