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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Anjo greco-romano

Sobre a pedra lavada
à beira do mar,
Lá estava ele,
Com um olhar lânguido,
Sorvendo o movimento calmo
das águas.

Uma pele morena
Qual nunca se viu,
Numa posição greco-romana,
E a exemplo da pedra,
Ficava ali por horas a fio,
Sem se dar conta da imensidão,
Só sentindo o brilho fosco
Da areia lá no fundo.

Bem que quis acordá-lo,
E fazê-lo saber do mundo grande.
Bem que quis falar-lhe
Dos desejos imensos do homem,
Mas fiquei a olhar-lhe
Qual admirador de Da Vinci,
Sentindo sua alma distante
E guardando a pintura exótica
Para sempre neste que vos fala.

Dali ele se foi,
E nem notou minha presença.

Jane Santos

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