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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Desarranjado



O samba toca tranquilo lá ao fundo,
Sou incerteza na tua pele,
E que faço!
Diriam os outros que nós outros
Erramos a linha,
E bordamos um pano desalinhado.
Diriam todos que o samba entristece,
Se ele, por ventura,
Seja um samba calado.
E na calada da noite que se vai,
A mente borbulha
E se aventura ao mundo todo,
Sem mapas, sem nada mais.
Deixo você no seu dormir quase acordado,
E vou tocar outros sambas com outras vestes,
Melodias e cavacos.
Por mais que eu tente,
O descontente desse ser
Irá correr sem freios alguns, sem porquê.
Meu bem, perdoe,
E não se doa com meu calar,
É que você me esqueceu no canto da sala,
E foi pro carnaval sem me convidar,
Por isso meu samba,
Dizem os outros toda vida,
Que desarranjou e ficou sem melodia,
E todavia encontro outros póros,
Viagem astral,
Outros povos.
Não se icomode, vou voltar...
Mas toque a mim, sempre,
Sem desanranjar.

Jane Santos

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