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segunda-feira, 8 de junho de 2015

As peças de amor



Fizeram-me um dia de amor.
Genética adocicada que fabricaram um dia!
Fizeram-me um dia de amor.
E em mim cabem tantos!
E tantos nem tanto,
Extrapolam e vazam
E se descobrem em outros cantos por aí.
Fizeram-me um dia com olhos
Pra ver as flores do jardim
E achar que elas eram lindas
E amar também.
Fizeram-me um dia com ouvidos
Pra ouvir melodias finas
E achar que eram dignas
De se querer bem.
Fizeram-me um dia com mãos
Pra tocar outras tantas
Em apertos, em carícias, em trocas outras.
Fizeram-me toda de sentidos
Pra sentir o mundo que está
E as pessoas que são.
E à toa ando pelos caminhos
A amar corações duros, moles,
Dedicados, negligentes,
Cuidadosos, impacientes,
Carinhosos, inconsequentes.
Ando a amar porque não se paga
E se ganha muito!
Sem amor eu nada seria!
Sem amor eu me arrependeria mais que já me ocorre.
Sem amor não venceríamos a morte,
Sem amor seríamos minúsculos.
E o impulso para o outro seria fracasso.
Sem amor, os casais não fariam filhos,
Sem amor, a caridade não haveria,
Sem amor, sorrisos não sorririam
Nem olhares se tocariam,
Nem bocas se beijariam,
Nem mãos se animariam,
Nem nada que o amor dá.
Sem amor eu nada seria!
Seria um saco.
E por um dia terem me feito com peças para amar
É que o faço e tento mais ainda
Por não ser fácil, tento mais ainda.
E vou, usando as peças...
Sem que nada me impeça,


Pois me é de agrado.

Jane Santos

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