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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sem mais nada que amor


O amor é o oxigênio da alma,
Sem ele não há cânticos,
Nem flores, nem poesia,
Nem tudo quanto nos embeleza a vista
E o ego.
O amor dá vida,
Que digam então os filhos
Dos casais apaixonados,
Da nova ou antiga idade.
Que digam até mesmo
Os filhos das prostitutas,
Perdidas em ruas ou cabarés,
Mas que procriam também,
Portanto amam.
O amor não cabe em palavras,
Não está contido em nada,
Mas, para não errar o amor,
Está contido em tudo,
Porque ele é ao mesmo tempo
A contradição e a razão,
O posto e o oposto
Das vidas que se instalam 
Na Terra
E fora dela,
Nos espaços onde mora Deus.
O amor não cabe nos livros,
Mas que seria do amor sem eles,
Porque conhecer também é amar,
Como diria o poeta, 
"Amar e malamar.
Amar, desamar, amar",
Mas sempre amar.
O amor não cabe nos lábios,
Mas também é profecia e precisa correr o mundo,
Em verbos, provérbios africanos, chineses,
Em beijos, desfechos felizes.

Jane Santos

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