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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Por conveniência


Pergunto-lhe como vão as coisas
No dia a dia de suas coisas,
No decorrer da sua correria,
E encontro escondida
Uma lágrima já morta
No seu semblante pálido,
Face mórbida, sorriso insosso.
Casas caídas moram no seu olhar.
Mas você disfarça
Entre tentativas infelizes
De decretar felicidade.
Você se perde,
Pois que ingênua demais.
E pergunto-lhe dos filhos,
Das flores, das datas comemoradas.
E como sei que dói,
Faço isso de cruel.
Sei que não há filhos
Estes que se importem
Com sua solidão.
As flores assombram sua janela
E as datas passaram despercebidas,
Sem velinhas ou rá-tim-buns.
Mas você insiste
Em me fazer crer
Que o insosso do riso é só aparência.
Mas me disseram um dia que as aparências enganam.

Jane Santos

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