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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Doce veneno



A taça,
Delicada sobre a mesa,
Virgem de minha boca,
A taça reluz sob
A luz da vela.
E ela...
Oh! Ela me atrai com seu brilho,
E os meus olhos em desalinho
Aproximam-se e desvelam
A solidão da taça,
Que carinhosa, me abraça,
Que sapiente, me envenena.
Há ali um suco doce,
Que desce frio dos meus lábios,
Cai no chão e se perde.
Se desmembra.
Ah! Quanta imprudência,
Quanto prazer sofrido
Aquele meu.
E ao chão, qual a gota mortífera,
Caio eu, sem desespero.
Sorrindo, inocentemente,
Como criança ao colo da mãe,
Como pedra à beira de um rio.
E meu riso é frio,
Qual a taça que caiu,
Quebrou e o morreu o brilho.

Jane Santos

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