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terça-feira, 17 de maio de 2011

Poema do amor desconsertado

Não tenho poder político
Capaz de mudar o mundo,
Não tenho poder de guerra
Capaz de fazer converções,
Não tenho nehum poder, aliás,
Senão aquele de te amar.
Aquele de mostrar por A mais B mais C e o alfabeto todo
Que todo meu conhecimento,
Minha vivência,
Minha burrice, minha lerdeza,
É pra você.
E um pouco mais do meu perfume,
Do meu corpo,
Do meu costume insuportável de escrever.
O meu poder é esse que você não nota,
Não anota nada, nem datas
Nem recados na geladeira.
Você não percebe por ser cotidiano,
Aquele do amor na quarta-feira,
Do beijo de até logo,
A briga inexplicável do caminho,
Você guardando os óculos....
É esse poder que tenho e você tem,
Meu bem, não me esqueça,
Não me deixe, não me desmereça.
São os pedidos dos olhares
Os quais as palavras preferem calar,
E só mostra por meio de enigmas
O amor que não nos irrita,
Porque não é doce nem amargo nem azedo nem salgado,
É o equilíbrio dos poderes dos dois lados,
Você e eu na intolência e nos afagos
Do dia que vai,
Do dia que vem,
Dos anos que se contam
No nosso conto sem final feliz,
Porque amor assim, final não tem.

Jane Santos

3 comentários:

Cris Lopes disse...

Muito lindo, Jane. Adorei como você deixa fluir as suas emoções. Desculpa a demora, mas só hoje vi o comentário que você deixou lá no meu blog. Agradeço por você ter me oferecido a oportunidade de compartilhar com você desse espaço. Voltarei, com certeza.Bj gde

Jane Santos disse...

Outro, minha linda... estaremos sempre em contato e comungando de nossas idéias.

bibia disse...

adorei!!!
são lindos, to sem palavras!