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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dia Puxado


Dê-me o ar de sua graça
Neste dia tão puxado que foi o meu.
Um trabalho apertado, um cinto apertado e o aperto das contas.
Venha que lhe faço uma macarronada,
Mesmo às pressas e sem queijo.
Venha que lhe guardo um beijo para o fim da noite.
Venha tirar meus pensamentos pesados,
Minhas energias pra baixo,
E cortar minhas correntes neste dia tão duro.
Pois o mundo olhou pra mim,
Julgou meus óculos, meu sapato, minha caneta,
E eu mandei todo mundo se ferrar,
Com a minha voz baixa do íntimo.
E por medo ou sei lá o quê acatei os insultos,
E tirei os óculos, o sapato e escrevi a lapis.
Por causa disso eu imploro sua presença,
Tão morna, tão crua e tão bela.
Pra me exorcisar e tirar essas mandingas,
Esses olhares de mentira e balela.
Venha, arranque meu próprio corpo de mim mesmo,
Ponha-me para dormir ao som do seu suspiro,
Não me deixe nesse fim de noite,
Coma comigo o macarrão escorrido.
Venha, faça música comigo e diga
Em voz alta que meus óculos, meu sapato e minha caneta
São charmosos apesar de tudo.

Jane

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