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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Amor sem conceito

Se me perguntas o que sei do amor,
Digo que nem sei...
Do amor não se sabe nada, meu bem.
Do amor se vive e se saboreia.
É a fruta doce de uma árvore invernosa.
Do amor se tira o sumo,
Meio bruto até.
E falo do amor de homem e mulher...

E que direi mais ainda,
É que o amor dá vida,
Ele se duvida de vez quando,
Quando as flores ficam ressequidas.
E basta apenas uma lágrima e um beijo
E todas elas se revivem.

Mas o amor não tem dicionário,
Nem mesmo ele está lá.
Não tem definição.
Ouse dizer que tem e terá que me explicar.
Você não tem coragem...

Vivo pensando num conceito de amor
Para publicar inteiro num poema,
Mas que nada,
Mas que história...
O amor só faz hora com a minha cara,
Se demora no peito frouxo
E nem diz o que ele é.
Perda de tempo essa minha,
Essa minha de querer ser o expert linguístico do amor.

Chico Buarque canta bem o amor,
Carlos Drummond verbaliza bem o amor,
Mas eu...
Quem sou eu para desafiá-los.

Sei apenas falar-te que eu amo,
Amo tanto e tantas coisas.
E daí já saí do amor de homem e mulher.

Amo tanto, é tanto amor.
Acho que vou colocar uma banca na feira
Distribuindo amor.

E talvez falando com as pessoas eu possa descobrir o que é isso,
Esse bicho sem dó que nos prende,
Nos entrega sem carta de apresentação.

Pronto, o amor pode ser isso,
Tudo de um pouco e pouco de tudo.
Aquilo que a gente junta de tempo em tempo,
De pessoa em pessoa,
De música em música,
De vida em vida, quem sabe.

Enfim, eu não sei o que é o amor.

Jane Santos

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