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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A sentença


Mantenho-me aqui intacta,

Com o pensamento envenado de você.
Se é ódio certamente não sei,
Se é amor também.
É aquela coisa sem termos que se cria no coração,
Uma sentença cabal de que não mais vivo sem mim mesma,
Você.
E imaginei muitos verbos e situações para os conjugar,
Mas me dei conta de que essa prisão
Não me deixa pensar,
Pois o pensamento agora é dirigido por esse amor sem regras.
Esse amor de casamento, que enche o saco e volta com toda a fúria,
Esse amor de criança, que se vive ludicamente e não se conhece.
E a tal da conjugação que eu iria fazer ficou retida
Nesse cérebro caraminholado,
Envenedado e sem antídoto.
E se eu pudesse, podes crer,
Arrancaria pelas víceras essa coisa que me faz viver e morrer,
Esse tal de amor.
Esse tal substantivo abstrato
E tão concreto em meu ser.

Jane Santos

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