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terça-feira, 8 de junho de 2010

Poema de sexta-feira

Sinto o veludo desnudo
De tuas mãos
A apalpar objetos bruscos
De tua sala
Clara de verão.
Sinto o suspiro leve
De tua boca,
Sussurros leves das tuas roupas
Guardadas e cheirosas
De amor.
Sinto tua ânsia
Inquieta, remexendo
Pelas pernas.
Pra lá e pra cá
De você.
Solta, às vezes vulgar,
Sorriso de praça,
Brilho no olhar.

Sinto tudo isso
Como se fosse um feitiço
Que guardo no bolso vazio
Junto com papéis e bilhetes
Esquecidos
Durante toda uma vida
Enlouquecida
Por você,
Com cheiro de amor.
Amor quente
De noites quentes
De verão.
Amor calado
Na calada da madrugada,
Esquecida nas palmas
De tuas mãos.
Que têm veludo desnudo
A apalpar objetos bruscos
De teu quarto
Escuro de solidão.

Jane Santos

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