Todos os dias é o mesmo café.
Um sorriso sonolento, um pão, um adeus.
Pega a estrada pra qualquer canto que não sei...
Volta mais tarde pra tomar do meu sabor,
Senta à mesa, com pressa, conversa cortando as palavras...
Outra vez o jardim e meus olhos vêem indo longe.
Todos os dias é o mesmo jornal,
A mesma notícia, a mesma morte, a mesma dor.
Todos dias... esperando-o voltar,
Cheia de amor, de esperança pra ficar.
Mas tudo passa, tudo é sempre igual.
Cama arrumada, colorida de flores vermelhas
Espera calma o toque calmo de um corpo. Todos os dias.
O mesmo toque,
Solitário e dormente.
Lá fora a cidade festeja
E aqui... escuro puro do meu ser.
Amanhã,
O mesmo café, o mesmo sorrido de adeus.
Carro pra cá, carro pra lá,
E pode vir
Que ainda estou no mesmo lugar.
Olhando o jardim que ainda não morreu.
Jane Santos
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